4/16/2008

Os meus discos antológicos


Alguém já parou pra pensar qual é o disco que considera antológico? Que considera um clássico? Ainda não? Pois é chegada a hora. Um dia desses eu parei para escolher os cinco melhores discos que ouvi em toda minha vida. Não tive dúvidas. Na minha mente chegou o Sgt. Peppers, dos Beatles; o primeiro disco de Geraldinho Azevedo (ele já havia gravado um álbum em parceria com Alceu Valença), o LP Amora, de Renato Teixeira, o clássico Sou do Tempo do Baião de Dois Que A Besta Fera Não Comeu, do cearense Jorge Mello e, finalmente, o extraordinário disco de Zé Ramlho, Avohai, o primeiro de sua brilhante carreira.
Os discos que eu considero clássicos ou antológicos não são necessariamente os que os críticos escolheram. São os meus. A minha escolha. Que marcou para sempre a minha vida. Lembro quando Jorge Mello, com aquele seu bigodão, entrou na redação do Diario ao lado da divulgadora da gravadora Crazzy e me deu o seu primeiro disco. Levei para casa e, na primeira audição, fui ao êxtase. Tratava-se de um disco com uma nova fórmula poética e com uma nordestinidade pulsando nas veias. Até hoje eu escuto esse disco: Eu sou do Tempo do Baião de Dois Que a Beste Fera Não Comeu.
Sagt. Peppers nem se fala, né? Foi o divisor de água dos Beatles e também da música pop. Também do rock. O disco em questão virou a cabeça de muita gente e influenciou várias bandas dos anos 60 e 70. Quer dizer, o disco é clássico para mim e para milhões de pessoas espalhadas pelo mundo. Ouvi pela primeira vez na casa de um amigo que tinha a cara do Paul McCartney. Era o meu amigo Osmar Frazão, que tinha o prazer de ouvir discos em primeira mão, trazidos pelo irmão engenheiro, que viajava muito. Tempos depois, o jornalista Geneton Moraes Netto me presenteou com o álbum. Delícia pura.
O disco de Geraldinho Azevedo eu peguei emprestado de um dos integrantes da banda Acalanto, que eu produzia e dirigia. O cara me emprestou e eu fiquei ouvindo e ouvindo. Demorei pra entregar. Mas tive que ser honesto. O disco de Geraldinho com aqueles poemas do Carlos Fernando não saía da minha cabeça. O tempo passou e nada de encontrar mais o álbum. Até que uma menina, Kássia, que trabalhava na Secretaria de Turismo do Estado de Pernambuco, me deu o dela de presente. Foi lindo. Fiquei ouvindo e analisando cada música. Até hoje descubro e redescubro novas mensagens, novos acordes, novos solos. Que dizer, o antológico álbum de Geraldo Azevedo para mim continua novo.
Eu estava passando em frente a Igreja do Carmo, no Recife, quando vi diversos discos novos espalhados pelo calçadão. Um jovem estava vendendo os álbuns a preço de banana. Não sei o motivo. Mas eu bati os olhos nos discos de Renato Teixeira, Amora, e no Avohai de Zé Ramalho. Comprei os dois. Me deliciei com Renato Teixeira e, principalmente, com a música Amora, entre outras canções imortais. Um verdadeiro clássico. O de Zé ramalho, Avohai, tinha uma sonoridade extraordinária. era uma nova mensagem da música popular nordestina. Vez ou outra estou escutando o Zé que, além do primeiro antológico disco, gravou outros que arrombou a festa da MPB.
Qual o disco que você, leitor deste blog, considera um clássico ou antológico. Me escreva, pois vou fazer uma espécie dos "cinco mais da MPB". Não se preocupem com a foto do artista. Eu me viro. Os cinco primeiros ganharão um CD personalizado do artista preferido.

PENSAMENTO MUSICAL
"Olhando o cavalo bravo. No seu livre cavalgar. Passou-me pela cabeça. Uma vontade louca. De também ir. Nesse cavalgar" (Renato Teixeira)

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