6/30/2008

Patti Smith: a poetisa do punk



Ela foi umas divas do rock norte-americano e surgiu justamente durante o movimento punk, em 1975, com o álbum Horses. Poetisa, cantora, musicista e "poetisa punk", Patti Smith trouxe o lado feminista e intelectual à música punk. Ela, com isso, tornou-se uma das mulheres mais fluentes do rock and roll. Nascida em Chicago, Illinois, em 30 de dezembro de 1946, foi batizada com o nome Patrícia Lee Smith. Filha de pai ateu e mãe Testemunha de Jeová, teve uma infância pobre e teve que abandonar os estudos com apenas 16 anos de idade para trabalhar numa fábrica. Emprego que Pat renegou para o resto de sua vida.
Quando teve seu primeiro filho não fez questão de entregá-lo para adoção. Afinal, não tinha nem como sustentar ela própria. Em 1967 a poetisa performática resolveu mudar-se para Nova Iorque, e foi aí que começou sua trajetória vitoriosa e conturbada, quando conheceu o fotógrafo bissexual Robert Mapplethorpe, com quem teve um caso durante um certo tempo. Os dois se aceitavam nas suas dualidades pois ambos gostavam de homens e mulheres. Mapplethorpe era um artista conhecido no meio artístico e conhecido como documentarista da cena sadomasoquista gay.
Como expoente da pop-arte ele fotografou gente famosa, incluindo a própria Patty Smith, Andy Warhol e David Hocney, entre outros famosos da cena que rolava em Nova Iorque. Em determinado momento de sua vida ela resolveu se mandar para Paris, França, onde passou a fazer exibições de suas performances artísticas. Depois, voltou para Nova Iorque e teve vários amantes músicos, poetas e gente que agitava o cenário artístico da segunda metade dos anos 70. No início da década de 1970 ela pintou, escreveu e fez recitais, se virando da maneira que podia. Tanto que em 1971 atuou uma única vez na peça Cowboy Mouth, em colaboração com o roteirista e ator Sam Shepard. Patti, para ganhar algum dinheiro, também escreveu sobre rock na revista Cream e compôs com Allen Lanier, da banda Blue ôyster Cult, que gravou muitas canções com belas letras da artista e poetisa.
Em 1974 Patty resolver fazer seus próprios shows com a Patti Smith Group e assinou contrato com Clive Davis da Arista Records. Foi quando lançou seu primeiro álbum antológico Horses, que entrou para a história do rock como o melhor álbum de estréia de uma cantora. O disco contém uma fusão de rock and roll com o "proto-punk rock", com poesias recitadas. Para muitos um dos melhores álbuns de todos os tempos. Quem a fotografou para a capa? Mapplethorpe, que viria a morrer de Aids em 1989.
Depois disso, Patti Smith partiu para as turnês, e em meio a um show em Tampa, na Flórida, caiu de um palco altíssimo e quebrou várias vértebras do pescoço. Devido ao acidente ela teve que dar um tempo nas turnês e nas gravações para repousar e fazer terapia intensiva. Foi quando conheceu Fred Smith, ex-músico do Detroit-MC5 e se afastou do meio artístico durante boa parte da década de 1980. Seu casamento virou chacota, com os seus desafetos dizendo que ela só casara com o músico porque não teria que se esforçar para mudar o sobrenome.
Como desgraça pouca é bobagem, seu marido Fred sofreu um ataque cardíaco em 1994 e morreu. No mesmo ano seu irmão Todd, a quem ela tinha um amor especial, também morreu. Foi uma dose cavalar que desequilibrou a artista já mentalmente já frágil.
Seguindo os conselhos de amigos, Patti Smith procurou tratamento psiquiátrico, e levou tão a sério que se engajou ao apoio ao tratamento de doenças mentais. Em 1995 voltou a a aparecer em palco numa breve turnê, no mês de dezembroao lado de Bob Dylan. Quando seu filho fez 12 anos, Smith voltou para Nova Iorque e teve seu nome fixado no Rock And Roll Hall Fame. Seu mais recente trabalho fonográfico foi Twelve, de 2007. Ao todo a artista lançou cerca de dez álbuns, e em 28 de outubro daquele ano, se apresentou no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, arrebatando uma platéia em delírio.


PENSAMENTO
"Não. Não há como mentir ou esconder. A dor que foi maior do que é capaz meu coração". (Geraldo Vandré)

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