A elegância de Charles Watts
Ele é um homem rico, de bem com a vida, criador de cavalos puro sangue e toca bateria na mais antiga banda de rock em atividade. Seu nome está cravado no Hall da Fama do Rock'n'Roll como um dos melhores bateristas do gênero. Seu nome é Charles Watts e está com os Rolling Stones desde 1963 (a banda foi fundada em 1962) e sempre foi um profissional discreto no palco e na vida particular.
Durante as viagens dos Stones, Watts não se envolve em farra com as groupies (fã que vai para a cama com seus ídolos), pois sempre foi fiel a Shirley Ann Shepherd, sua mulher, com quem casou em 14 de outubro de 1964. Da união nasceu a filha do casal Seraphina Watts, em 18 de março de 1968.
Nascido em 02 de junho de 1941 (fez 67 anos este mês), Robert Charles "Charlie" Watts é filho de um motorista de caminhão e de Jessica Mort Watts, que deu a luz ao seu filho no University College Hospital, em Londres, Inglaterra. pouco tempo depois Charles ganhou uma irmã, Linda Watts. Em 1960 ele tocava bateria numa banda local quando foi convidado por Alexis Korner para tocar em sua banda, a Blues Incorpored, e ele topou no ato. Enquanto isso trabalhava numa agência de publicidade, no departamento de arte. Mas quando entrou nos Roling Stones, em 1963, largou o emprego e se dedicou em tempo integral aos Rolling Stones. Com seu gosto refinado pela música, o baterista deu um toque especial aos Stones, sendo considerado um dos melhores do grupo inglês.
Charles Watts, um fã do jazz, sempre seguiu uma carreira paralela, tendo criado o Quinteto Charles Watts, que tinha como vocalista Bernardo Fowler. Quando a maior banda do mundo entra em férias, ele sai em turnê com seu grupo. Tanto que, em 2004, depois de diversas apresentações de sucesso pela Europa, ele lançou o CD Watts At Scotts, que foi gravado pelo seu novo conjunto The Charlie Watts Tentet.
Certa feita, quando terminou uma apresentação no Rio de Janeiro, no Estádio do Maracanã, e Mick Jagger apresentou os integrantes da banda, o público foi ao delírio quando o nome de Watts foi citado por Jagger. Os aplausos duraram cerca de cinco minutos, deixando o tímido baterista meio sem graça. Mas isso é natural, pois Keith Richards, em entrevista à revista Guitar Player, afirmou que "os Rolling Stones não seriam os Rollings Stones sem Charles Watts". Os músicos de rock e de outros gêneros o consideram um "poderoso e talentoso" baterista, e muitos jovens bateristas admitem que sua influência é seminal sobre os estilo de cada um deles. Apesar de ser o mais discreto músico da banda, em 1980 Watts teve que se tratar para se livrar do vício da heroína e das anfetaminas. Segundo sua mulher Shirley e sua filha Seraphina, ele havia adquirido o vício durante as longas turnês dos Stones. Afinal, ninguém é perfeito e de ferro.
Ele se livrou do vício e passou a gastar dinheiro com roupas, tornando-se obcecado pela elegância. De fato, Charles Watts é um dos roqueiros mais elegantes do mundo, e faz questão de demonstrar isso. Apesar de seu jeitão pacato não se controlou quando Mick Jagger, no seu quarto de hotel, perguntou: "Onde está meu baterista?". Watts vestiu seu paletó, ajeitou seus cabelos, desceu e foi até o quarto do amigo: "Nunca mais me chame de novo de seu baterista!". Disse ele metendo um safanão em Jagger: "Você é que é o meu cantor funcking!". Deu meia-volta e foi embora. Mas o episódio não abalou a relação dos dois, pois Mick Jagger naquele momento estava de ressaca e ainda meio bêbado. Em 2004 Watts descobriu que estava com câncer na garganta. Deu um tempo, fez tratamento com quimioterapia, se livrou da doença e depois voltou para os estúdios e para os shows com os Rolling Stones e com sua banda de jazz.
PENSAMENTO MUSICAL
"Não pare na pista. Pois desse jeito o carro pode lhe pegar. Meu bem não insista. É muito cedo pra você se acostumar" (Raul Seixas)
6/12/2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário