1/05/2008
O Kamikaze
Chegou em minhas mãos o livro da cantora Vanuza, Ninguém é Mulher Impunemente, escrito por João Henrique Shiller. Nele os fãs da cantora ficam sabendo de sua trajetória na MPB. Quando Vanuza começou a carreira profissional a Jovem Guarda já estava acabando. Mas, o que me chamou a atenção, foi o envolvimento dela com o poeta, compositor e excelente cantor Antônio Marcos, com quem teve duas filhas.
Toninho era um kamikaze. Vivia bêbado o dia inteiro e em determinada época passou a cheirar coca. Lógico que o seu fígado não aguentou e a cirrose epática lhe atacou. Pelo que eu li, ele não se importava coma vida. Era um homem simpático, bonitão tipo galã, mas queria morrer. Certa feita Vanuza lhe intimou: "Você tem que escolher. Ou sua família ou a bebida". Antõnio Marcos respondeu, na frente das filhas: "Nunca vou deixar de beber". Vanuza assistiu ele se destruindo sem poder fazer nada.
Num determinado momento, Toninho foi interno para fazer exames, pois pensava que estava com câncer. Vanuza, que o amava intensamente pegou os resultados eufórica: "Toninho, você nao tem câncer". E ele: " É uma pena, não é?". Num show beneficiente, que Vanuza produziu, pois ele estava sem fazer shows e sem dinheiro, ela o colocou no camarim e pediu para que ninguém penetrasse no local. Na hora de sua apresentação ele estava bêbado, e teve que cantar ajudado por Raimundo Fagner, que estava participando do evento. Terminado o espetáculo, ele foi se juntar com sua nova mulher, Rose, e voltou alterado, cobrando a grana que lhe haviam prometido. Estava violento, pois havia cheirado muita coca com Rose.
Moral da história: Antônio Marcos não queria viver, e não havia ninguém que o fizesse mudar de idéia. Foi um artista de sucesso, vendeu milhões de discos, mas não estava satisfeito com sua permanência no planeta Terra. Morreu com aquele sorriso maroto que o caracterizava. Foi uma pena, perdemos prematuramente um dos grandes artistas da música brasileira. Quem não souber quem é Antônio Marcos, pergunte ao pai ou ao avô e, se possível, escute suas músicas.
PENSAMENTO MUSICAL
"Eu sou daqui, mas vim de longe. Contando estrelas naveguei na barca grande. Rosa vermelha na lapela. Na madrugada vou andar junto com ela. Tem rosa de cor morena, uma verbena, pte lhe enfeitar. São flores de carne e osso, do meu pescoço, pro seu colar". (Carlos Fernando-Geraldo Azevedo)
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Um comentário:
Parabéns pelo blog, Wilde! Já linquei lá nos Contos Bregas e vou comentar também.
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