"Lá vou eu de novo, meio assustado com Ali Babá e os 40 ladrões. Já não querem nada com a Pátria amada, e a cada dia enchendo os meus botões....Lá vou eu de novo, se eu não morro eu mato essa desnutrição, essa teimosia brava de guerreiro é que me faz o primeiro dessa procissão...". Pois, estou aqui outra vez, e de novo para falar de Raul Seixas.
No último show de Raul, no Recife, ele veio com Marcelo Nova. A parceria daquela época, da segunda metade dos anos 80 (século passado!!! Vôte!!!), resultou no disco Panela do Diabo, gravado pela dupla. O telefone tocou na redação, atendi. Era Ivan Viana, um dos produtores que estava trazendo Raul e Marcelo para o palco do Centro de Convenções: "Oi, Wilde! Você tá querendo entrevistar Raul, né? Mas o homem tá ruim. Lá no hotel ele já bebeu um litro de uísque... Ele tá acabado, cara! Tá muito inchado...Vai topar?". Pensei um pouco, meditei, e respondi: "Valeu, Ivan! Mas prefiro guardar a imagem de Raul como ele era antigamente". Agradeci e desliguei.
De noite eu estava lá no show. Com gravador e algumas capas de discos. Se desse pediria um autógrafo. Em determinado momento (depois de Marcelo Nova se apresentar sozinho) Raul apareceu. Bastante inchado, cantando mal, mas deixando seu público, que era grande naquela memorável noite, cantar com ele Maluco Beleza. Delírio total. Raul ovacionado. Show terminado passei pela lateral do palco. Vi Raul, jogado numa cadeira, de cabeça baixa, absorto, sem querer saber o que estava acontecendo em volta. Desisti mais uma vez. Fui embora satisfeito com o show. Para mim Raulzito continuava sendo o mesmo.
1/02/2008
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