Renato & Seus Blue Caps: Paulo Cezar Barros, Renato Barros, Tony, Carlinhos e Cid, nos velhos bons tempos
Já faz tempo. Pouco depois do programa Jovem Guarda comandado por Roberto Carlos. Renato veio ao Recife para tocar numa boate em Piedade. Naquele início dos anos 70 boates é que não faltavam. Também não faltavam atrações. Eu estava numa boa do outro lado, enchendo a cara, quando me avisaram que a banda Renato & Seus Blue Caps estava numa outra casa, se apresentando. Saí correndo de onde eu estava, pois nunca tinha visto os meninos de perto.
Cheguei lá com a tal boate (que hoje me esqueço o nome) superlotada, mas a tempo de ver e ouvir Eu Agradeço Pela Atenção. Era a música de despedida dos shows que Renato fazia. Fiquei fascinado com som. Com o figurino da turma e com a música, com uá-uá e tudo. Fiquei feliz e mais bebum, porque depois voltei a encher a cara. Minha namorada me olhava assim: "Hummm! Bababaca!". Pois é, foi legal e no dia seguinte, com ressaca braba, só pensava no som da melhor banda que o Brasil já conheceu. Até o Paul Mc C artney reconheceu isso num livro que escreveu.
Descrever o som de Renato & Seus Blue Caps torna-se quase impossível. Os caras são bons. Ainda hoje seus discos daquele período provam isso. Ouvir um MP3 com as canções da banda é êxtase puro.
Para um conjunto que nasceu batizado de Bacaninhas do Rock da Piedade (bairro do rio de Janeiro onde a turma morava) até que os irmãos Renato Barros, Paulo Cezar Barros e Edson (Edinho - Ed Wilson) Barros foram além do além dos limites da fama e do sucesso. O som de Renato vem passando de pai para filho e pegando os netos. É verdade.
Já tive a oportunidade de estar com Renato por diversas vezes. Ele é um cara simples e sem frescuras nem estrelismos. Lembro que fui para o hotel e estava nervoso. Dentro do carro eu pensava: "Pô!!! Vou ter uma entrevista exclusiva com Renato". Foi o que aconteceu. Liguei o gravador dentro do apartamento do hotel e começamos a conversar. Renato me contou cada história dos bastidores dos shows e da indústria fonográfica que, infelizmente não posso escrever aqui. Ficou sendo um segredinho legal. Mas eu saí feliz, pois afinal de contas com a exclusiva de Renato Barros, demos um furo no concorrente.
Interessante é que Renato só estourou quando Carlos Imperial jogou um disco dos Beatles para ele e disse: "Vocês vão tocata música desses caras aí amanhã! Eles estão estourados na Europa". Renato levou o compacto com a música I Showd Have Know Better (Lennon-McCartey) para ouvir e ensaiar. Mas o inglês não tinha jeito de sair legal. Renato não pensou duas vezes e fez uma versão que se tornou Menina Linda. No dia seguinte, com a apresentação da música (que Imperial pensava que seria apresentada em inglês) o auditório foi ao delírio e pediu biz diversas vezes. Foi o que faltava para Renato & Seus Blue Caps gravar mais um disco e dessa vez entrar nas paradas de sucessos e na história da Música Popular Brasileira.
PENSAMENTO MUSICAL
"Eu vi numa vitrine de cristal. Sobre um soberbo pedestal.Uma boneca encantadora. No bazar das ilusões. No reino das fascinações um sonho multicor. Todo de amor ". (Não sei o autor....nem o cantor)
5/12/2008
Renato & Seus Blue Caps: na história da MPB
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