7/29/2008
Iggy Pop: Eu sou uma mulher de verdade
Abaixo a capa de um compacto simples da primeira banda de Iggy Pop que está na extrema direita. Ao lado o artista em uma de suas performances atualmente
James Newell Osteberg, o Iggy Pop, nasceu em Muskegon, Michigan, nos Estados Unidos da América, no dia 21 de abril de 1947, e logo cedo se interessou pela música. De uma criança tímida e introvertida ele se tornou um dos cantores mais performáticos da música pop. Começou tocando bateria na banda de sua escola ainda quando era um garoto, e chegou a gravar um single.
Em 1967, porém, ele tornou-se o líder e vocalista da banda Stooges, e suas apresentações nos shows levavam o público ao delírio. Sempre nu da cintura para cima, fazendo acrobacias antes inimagináveis, cortando-se com pedaços de vidros, melando-se com pasta de amendoim, e jogando-se sobre a platéia, tornou-se imediatamente o centro das atenções e um dos ícones do rock mundial. Os Stooges surgiram em 1967, tendo na formação o guitarrista Scott Asheton (bateria), Ron Asheton (guitarra), e Dave Alexander (baixista que depois deu seu lugar a James Williason no segundo álbum do conjunto). A banda, elogiada pela crítica e por um público cada vez mais sedento das performance de Iggy, durou cinco anos. Com o fim do grupo e depois de ter entrado pesado nas drogas, o vocalista resolveu seguir carreira solo. Não antes de se internar numa clínica de reabilitação para se livrar do vício que quase o leva à loucura.
Para conseguir segurar a barra de sua carreira e ter as chances que bem merecia, Iggy Pop contou com a ajuda de seu amigo David Bowe, que em 1977 produziu dois álbuns, The Idiot (em março) e Lust For Life (em setembro). Os dois discos chegaram às paradas, mas para dar uma ajuda mais substancial ao amigo, Bowie o convidou para abrir seus shows na turnê que faria. Foi o que bastou para a público conhecer aquele jovem, sem camisa e musculoso, interpretar suas canções de forma visceral.
A banda The Stooges teve uma passagem meteórica, mas marcou e destacou o nome de Iggy Pop, tornandou-o um ícone cultural das últimas décadas. Quem ainda não ouviu falar de Iggy Pop e seu jeitão meio maluco de se apresentar nos palcos de todo o mundo? A história está ligada a um show da banda de Jim Morrison, The Doors, em Chicago. Quando James Osteberg assistiu ao espetáculo voltou para o seu Estado e mudou o nome para Iggy Stooges. Montada a banda Pop tornou-se o centro do vulcão nos palcos, gritando, se contorcendo e fazendo mil peripécias , premiando seu público com as controvertidas apresentações, e assim tem sido assim até os dias de hoje. Não é por menos que Iggy Pop é considerado um inovador do punk-rock e do rock de garagem.
Homossexual declarado, Iggy Pop lançou seu mais recente álbum em 2007, The Weirness, e voltou com a antiga banda para uma longa turnê em 2008, a The Stooges Wirdness Tour.
Sua escandalosa declaração, que saiu em quase todas as revistas e jornais do mundo, não prejudicou em nada sua carreira: "Eu vi todas mulheres e vou te contar: sou mais mulher que qualquer uma delas. Sou uma mulher de verdade porque sou dependente, gentil e tenho o poder de dar amor de verdade. Por que você acha que um homem forte como David Bowie estava perto de mim?Ele é um homem de verdade e eu sou uma mulher de verdade como Catherine Deneuve".
PENSAMENTO
"Não sou bissexual. Aquilo foi apenas uma mentira. Eles me deram aquela imagem, então eu a mantive por alguns anos. Eu nunca pratiquei algo bissexual na minha vida, no palco, em discos ou em qualquer lugar". (David Bowie, em 1978, desmentindo uma declaração de 1972)
7/25/2008
Marianne Fathfull: A musa dos Rollinfg Stones
Em meados nos anos de 1960 Marianne Faithfull fez a alegria da imprensa mundial e dos tablóides de fofocas graças ao seu relacionamento com Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones. Isso depois de ter um filho (Nicholar Santini Dubar) de um casamento com John Dubar. Além de doidona, de consumir drogas de todos os tipos, ela é uma ótima cantora e uma boa atriz, e com isso entrou para mundo do show buziness.
Neste mês de julho de 2008 Faithfull voltou a freqüentar a mídia graças a um colapso seguido de convulsão, em Milão, na Itália. A musa dos Rolling Stones foi diagnosticada pelos médicos como "sofrendo de exaustão crônica", e por isso sua turnê européia foi cancelada e reagendada. A artista vai ter que passar três meses só cuidando da saúde.
Marianne Evelyn Santini Gabriel nascida no dia 29 de dezembro de 1946, em Londres, filha de um oficial militar inglês e da baronesa Eva Erisso, é uma artista que sempre conseguiu ressurgir das cinzas. Quando todos pensam que já é carta fora do baralho, eis que ela aparece com um novo trabalho, e assim vem mantendo sua carreira desde 1964, quando tinha 18 anos e foi descoberta por Andrew Oldhan, gravando e fazendo sucesso com a música As Tears Go By, de autoria da dupla Jagger & Richards (a mesma canção foi gravada tempos depois pelos Rolling Stones numa interpretação magistral de Mick Jagger).
Envolvida na vida artística em plena efervecência dos atribulados anos 1960, Marianne Faithfull embarcou na orgia do "sexo, drogas e rock'n'roll". Tornou-se uma mulher que sofria de depressão profunda e consumia cocaína exageradamente. Após o primeiro sucesso, ela desapareceu de cena para viver à sombra de artistas famosos, principalmente os três integrantes dos Rolling Stones. Só em 1979, com o álbum Broken English, Faithfull voltou com força total, mas nem por isso mais cuidadosa com a saúde. Neste ano de 2008 lançou o disco House Of Boys, com uma boa repercussão na Europa. Faithfull com o filho, entre os hippies
Se ela quisesse poderia ter seguido uma brilhante carreira como artista pop, mas deixou que sua vida pessoal sempre andasse atrelada ao seu talento como intéprete. O público a conhece mais pelos escândalos estampados nas capas de revistas e jornais de todo o mundo, do que pelo seu repertório musical. Mas, o importante é que Marianne se reinventa sempre em diferentes gêneros musicais. Quando não está gravando ou fazendo shows, ela colabora com artistas do quilate de David Bowe, Roger Waters, Tom Waitts e Keith Richards, comprovando ser uma boa profissional. Como atriz trabalhou em diversos filmes e como escritura lançou em 1994 uma apimentada autobiografia.
PENSAMENTO
"As pessoas falam muita bobagem sobre casamentos felizes! O homem pode ser feliz com qualquer mulher, contanto que não a ame". (Oscar Wilde)
7/21/2008
Tina Turner: 50 anos de carreira
Quem diria. O furacão pop completa em 2008 50 anos de carreira, e em novembro completa 69 anos de idade. Não é para qualquer um continuar na carreira por tanto tempo e, o que é melhor, sempre fazendo sucesso. Este ano, nos 50 anos do Grammy Tina Turner se apresentou realizando um show histórico. Deixou todos se babando e reconhecendo o talento da cantora americana. Cher (cantora e atriz) foi quem introduziu a performance de Tina dizendo que a mesma é sua "grande amiga e heroína". Não é para menos, com quase 70 anos de idade, Tina Turner mostrou que está com pique, muita disposição e potência vocal. No show que deixou o público de boca aberta ela interpretou alguns de seus grandes hits como What's Love Got to Do With It, Better Be Good to Me e Proud Mary (esta em dueto com sua fã declarada Beyonce Knowles). Seu show foi considerado o melhor da noite.
Doze horas depois lá estava Tina Turner na Rússia, cantando para um público de mais de nove mil pessoas e para o presidente russo Dmitri Medvedev. A moça cantou nove canções fazendo a abertura para o Private Dancer. Enquanto isso, no dia 26 de abril de 2008, quando gravava um especial de TV para o programa de Opralt Winfrey, ela revelou que começaria uma nova turnê a partir do primeiro dia de outubro, iniciando giro na cidade de Kansas, nos EUA. Já seu novo CD inédito deve chegar às lojas no dia quatro de novembro de 2008. "A sabedoria vem com a idade, especialmente quando se está no nível em que me encontro. Ainda sinto que tenho algo a mais dentro de mim para oferecer, algo muito especial. Poderei ter 90 ou 100 anos, mas direi: 'Tenho isso de especial'.
Neste ano de 2008 Tina está com o mesmo entusiasmo e pique igual ao tempo em que ela começou sua carreira, em 1958, cantando na banda de Ike Turner. Seu verdadeiro nome é Anne Mae Bullock, e foi Ike Turner quem lhe deu o nome artístico de Tina Turner, que passou a aparecer nas capas dos discos depois do sucesso da canção A Fool In Love. A partir de então a banda passou a se chamar Ike and Tina Turner Revue, Logo as performances e a voz de Tina chamaram a atenção do público e da mídia. Entre os anos 60 e 70 Ike & Tina gravaram várias músicas que se tornaram hits. Os dois se casaram em 1962, e dessa união nasceu Roonie Turner . Ela já tinha um filho, Craig (1960), fruto de seu relacionamento com o saxofonista da banda Raymond Hill.
O casamento, ao longo do tempo, com Ike Turner chapado de cocaína e com uma ciumeira artística de dar medo, foi um verdadeiro tormento para a cantora, pois ele a agredia fisicamente e verbalmente. Não houve outra saída para ela a não ser pedir o divórcio, exigindo apenas para conservar seu nome artístico. Ela saiu da vida de Ike sem levar um tostão, as roupas e as jóias. De fato é uma heroína, pois teve que começar do zero, gravando seu primeiro álbum solo Tina Turns The Country One, em 1974, o primeiro dos 19 que gravou, incluindo o que será lançado em novembro deste ano. Como artista solo Tina Turner ganhou vários Grammys, trabalhou no cinema, participou de shows de diversos astros do show buziness, tem seu nome na Calçada da Fama, e em 2001 a rodovia principal do estado do Tennesse, teve seu nome mudado para Tina Turner Higway. Tina agora mora na Europa, para onde se mudou desde 1986 com seu namorado alemão Erwin Bach, um executivo da EMI Records. Os dois estão juntos até os dias de hoje.
PENSAMENTO
"Milagres acontecem. É por isso que não podemos acreditar neles". (Oscar Wilde)
7/18/2008
Jani Joplins: "Faço amor com a platéia"
Janis Joplin era uma mulher branca, com o rosto cheio de espinhas, baixinha, riponga, mas cantava blues, soul e rock com voz de uma cantora negra. Com isso conquistou fãs do mundo inteiro. Mas a moça sofria por não ter um amor verdadeiro. "Durante os shows eu faço amor com a platéia. Depois eu volto para o hotel e vou dormir solitária", disse ela, certa vez, desabafando sua depressão no auge da solidão.
Para suprir a ausência de amor, Janis Joplin bebia e fumava excessivamente, e também se entregava às drogas pesadas, numa mistura letal para a sua saúde. Morreu de overdose de heroína no dia 04 de outubro de 1970, em Los angeles, Califórnia, aos 27 anos de idade. Suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico, e Jani não viu o seu último álbum Pearl ser lançado. O disco só chegou às lojas seis meses depois. A vida da cantora foi retratada no filme The Rose, com a atriz Bette Midler fazendo o papel de Janis joplin.
No ano de sua morte ela esteve no Brasil no mês de fevereiro, época de carnaval, numa inútil tentativa de se livrar do vício da heroína. Ficou hospedada no Copacabana Palace, fez topless, embriagou-se, nadou nua na piscina do hotel, e quase foi presa pelas suas atitudes consideradas fora do normal. Foi convidada para desfilar numa escola de samba e, antes de voltar para os Estados Unidos, teve relação com o insípido "roqueiro" brasileiro Serguei e com um turista alemão, ao mesmo tempo, numa praia do Rio de Janeiro.
Solitária depois de um show
Hoje Janis joplin é lembrada por sua voz marcante, com as cordas vocais defumandas pelo tabaco dos cigarros que fumava, e pela escolha do repertório, soul, blues e rock, com letras quase sempre falando da dor e perda. Pena que ela não tenha o reconhecimento do público como deveria, e que os jovens de hoje tenham pouco conhecimento da obra da cantora americana. Em sua curta carreira, de l967 a 1970, Janis lançou quatro álbuns, com o último sendo póstumo. Ela também ficou conhecida pela extravagância nas indumentárias e no modo de se vestir. Infelizmente, para ela e para seu público, as drogas foram mais importantes que sua carreira.
PENSAMENTO POÉTICO
"Nua diante do espelho. A imagem invertida me faz parecer real. Se o sou realmente, por que não me sinto viva então?". (Karla Karenina)
7/15/2008
Britney Spears: "Falem bem ou mal, mas falem de mim"
A fama repentina afetou a jovem cantora americana Britney Spears, atualmente com 26 aninhos. Há dois anos que a bela artista vem aprontando todas e escandalizando. Bebe, briga, bate em fotógrafos, briga pelos filhos e escandaliza mais ainda quando deixa um fotógrafo dar um close no seu seu sexo totalmente depilado, enquanto desce de um carro.
Mas, ela não está nem aí para o que falam, e nisso Britney tem toda a razão do mundo. Porém, sua carreira está descendo pelo ralo e correndo para o esgoto. Recentemente, tentou gravar um clip para uma música de seu novo álbum. Estava gordinha e nervosa e o resultado foi desastroso. Em junho passado ela participou do clip When i Grow Up, do grupo Pussicat Dolls, mas sua imagem, que estava péssima, e sua performance ídem, foi cortada na edição final. Muito ruim para a moça que quer voltar a todo custo a ser uma das maiores estrelas da canção pop internacional.
Parece que Britney Jean Spears, nascida em dois de dezembro de 1981, em Kentwood, na Loisiana, EUA, não estava preparada para um sucesso tão rápido. Ela é uma artista que já vendeu mais de 80 milhões de álbuns, 50 milhões de singles e 70 milhões de DVDs. Uma marca memorável para tão pouco tempo de carreira. Só no Brasil a cantora pop vendeu mais de 1,6 milhões de discos, e é a única cantora a ter cinco álbuns entre o Top 5 da parada da Bilboard. Só para não contrariar, Britney também, com apenas 21 anos, ganhou uma estrela na Calçada da Fama.
Mãe de dois filhos, Sean Presto (14/09/2005) e Jayden James Spears Federline (12/09/2006), frutos de seu casamento (já terminado) com o dançarino Kevin Federline, a cantora não é muito chegada ao lar, e por isso já perdeu a guarda dos filhos por mais de uma vez. Foi a partir daí que ela perdeu a pose, passando a beber, freqüentar as noitadas, andar com gente barra pesada e, para o deleite do público e dos fotógrafos, andar de vestido e sem calcinha. Seu mais recente trabalho foi o álbum Bleckout, em 2007, e que, mesmo com os escândalos, vem vendendo muito bem. Britney começou a carreira artística aos oito anos, quando tentou participar do Mickey Mouse Club (Clube do Mickey), ao lado de Christina Aguilera e Justin Timberlake, mas foi desclassificada. Então, com, determinação, passou a estudar dança e teatro, conseguindo finalmente ser aprovada no Mouse Club.
Aos 15 anos deu seu primeiro grande passo para o sucesso assinando com a Jiver Records para gravar o álbum Baby One More Time, em 1998. O sucesso da canção título do disco fez com que Britney Spears fizesse uma longa turnê pelos Estados Unidos e alcançasse o primeiro lugar na Billboard, chegando a marca recorde de 24 milhões de cópias em seis meses. No ano seguinte chegou ao topo da glória e foi capa da revista Rolling Stone. Daí por diante foi sucesso atrás de sucesso. Mas, como num passe de mágica, a cabeça da moça ficou para baixo e ela passou a ser alvo de matérias que não ajudam em nada sua carreira. Chegando inclusive a raspar a cabeça. Sua voz tem um timbre doce e forte, e uma textura média, sendo classificada como soprano soubrette e possui um registro vocal de três oitava, atingindo as notas altas de forma suave e com pouco esforço. Nada mal. Boa cantora ela é, bonita também, só falta manter-se na trilha certa.
PENSAMENTO
"Entra em cena. Faz teu número. Faz meu gênero ser teu fã número um. Ali no gargarejo...Soltando beijos...". (Guilherme Arantes)
7/13/2008
Dia Mundial do Rock
O dia mundial do rock foi festejado neste domingo, dia 13 de julho. Abaixo transcrevemos matéria publicada no MSN.
por Sarah Lee
Caretice? Nasi desvenda o Rock e a sua data
O logo do Live Aid |
13 de julho, Dia Mundial do Rock; você sabe por quê? Acha que é uma data aleatória? Pois antes de ligar o som no último volume ou curtir um dos shows que acontecem nesse dia, saiba de onde surgiu essa comemoração.
O Dia Mundial do Rock é comemorado no dia 13 de julho desde 1985, quando aconteceu o Live Aid – festival pelo fim da fome na Etiópia. O evento aconteceu simultaneamente na Filadélfia (Estados Unidos) e Londres (Inglaterra), reunindo nomes como Black Sabbath, Mick Jagger, David Bowie, Queen, Bob Dylan, The Who e Phil Collins, entre outros.
O festival organizado por Bob Geldof e Midge Ure arrecadou cerca de 150 milhões de libras (aproximadamente 283.6 milhões de dólares) para o fundo contra a fome na Etiópia; tão bem sucedido que a partir de então o dia 13 de julho ficou sendo o Dia Mundial do Rock.
Agora você já sabe tudo sobre a data, mas... e sobre o rock? Para isso, o ONNE conversou com quem entende do assunto – o roqueiro Nasi, ex-vocalista do IRA!.
O roqueiro Nasi |
ONNE – Hoje em dia, a música em geral, e o rock também, é muito rotulada - classic rock, metal, grunge, new metal, emo – afinal de contas, o que é o rock?
Nasi - O rock passou por tantas transformações ao longo de 50 anos, tantos gêneros musicais foram misturados àquele ritmo criado pelos negros americanos, misturando elementos do blues, r&b e até do country (popularizado por artistas brancos como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis) que é difícil você dizer o que é e o que não é rock em termos musicais, estritamente. Ao longo de 50 anos o rock foi misturado com música indiana, música eletrônica, com rap, com funk, com reggae, enfim, praticamente com todos os gêneros populares de música do mundo ocidental recente. Agora, eu acho que o que ainda restaria pra poder distinguir o que não é rock é uma certa postura jovem, jovial, uma música que se propõe a quebrar paradigmas e, digamos assim, estruturas de comportamento, e que seja um pouco barulhenta. Um pouco não, suficientemente barulhenta para chamar a atenção dos vizinhos.
ONNE - Na cena musical atual, você acha que isso ainda acontece, ou acha que tudo ficou meio molenga demais?
Nasi - Olha, a gente vive um mundo bem diferente daquele do rock da década de 50, em um pós-guerra, com a juventude precisando de uma liberação da sua sexualidade e da sua auto-suficiência maior; às vezes ficam inventando muitos nomes pra mesma coisa, eu acho que o heavy metal é o rock levado as últimas conseqüências de volume e de amplificação de instrumentos. E acho que existe um rock mais sinfônico, mais erudito, e um rock mais simples, que muitas vezes as pessoas chamavam de punk rock. Eu acho que o rock, como qualquer expressão artística, reflete o mundo em que vivemos, então se na década de 60 nós tivemos, por exemplo, um rock mais rico de conteúdo, é porque vivíamos uma época de mais conteúdo no pensamento humano, e hoje em dia eu acho que a gente vive um marasmo de um mundo extremamente rico em informação, mas extremamente pobre em reflexão. E quanto também à questão de estar mais chato ou não, eu acho que depende do ponto de vista, eu acho que cada geração sempre acha o seu rock mais interessante. Eu acho que o rock que eu curtia no final da década de 70 mais interessante que o da época dos meus tios, e acredito que a garotada de hoje deve achar o seu mais interessante do que o que eu curtia.
ONNE - E hoje em dia, o que você acha mais interessante?
Nasi - Olha, em termos de rock a coisa mais interessante que eu acho que surgiu foi o White Stripes, acho diferente por ser uma dupla, e que mexe no imaginário das pessoas, que não sabem se são casados ou se são irmãos, deixa até uma sombra de incestualidade no ar, é bateria e guitarra, uma formação praticamente inédita, e ao mesmo tempo eles lidam com registros e influências de músicas muito primitivas, como o blues; acho uma coisa muito diferente de tudo o que eu já vi antes.
ONNE - Você acha que é válido ter um dia pra comemorar o rock? Qual a importância de uma data como essa?
Nasi - (risos) Eu acho que a importância é principalmente pras revistas e pros sites como esse, que têm que entrevistar roqueiros como eu em um feriado (a entrevista aconteceu dia 9 de julho em SP), mas sinceramente, eu acho uma coisa bacana; uma coisa é verdade, o rock é um cinqüentão, é uma música que fez parte da transformação do homem em vários momentos, teve vários significados, então não deixa de ser hoje em dia compreensível que se estabeleça um dia para contemplá-lo. Mas como roqueiro, isso pra mim às vezes não tem sentido nenhum, porque o rock por existência é anti-institucional, anti-formal, contra-cultural até, então estabelecer um dia para é uma caretice muito grande, então eu acho também que a gente não deve levar isso muito a sério. É bacana, então que sirva para durante uma semana a gente ter mais show de rock, ter mais matérias sobre o rock, mas não é algo a ser levado muito a sério.
7/11/2008
Siouxie Sioux: "A rainha gélida do rock"
Na realidade ela é uma grande intérprete com sua voz suave e veia artística herdada do pai alcoólatra, que morreu quando Souxsie tinha 14 anos de idade. Mais nova de três irmãos, ela nasceu Janet Susan Balion, em Bromley, ao Sul de Londres, em 1957. Durante sua adolescência ela começou a se aprofundar nas músicas que rolavam, e curtia nomes como David Bowie, Lou Reed. T Rex e The Stoogs. Como toda jovem que se presa não deixou por menos e fraquentou clubes e boates londrinas.
Susan Balion chamava a atenção pelas ruas e clubes londrinos pela maneira de se vestir. Adorava usar camisetas com palavrões e imagens sexuais, além de correntes e acessórios sadomasoquistas. Foi ela quem lançou o estilo de usar lápis preto delineador nos olhos, fazendo a moda que influenciou os punks e os góticos. Porém, sua entrada no mundo musical aconteceu quando ela integrou o Bromley Contingent, um grupo de jovens fãs do Sex Pistols, e do qual também fazia parte Billy Idol e seu amigo Steven Severin, com quem ela fundou a banda Siouxsie & The Bashees. Sua primeira apresentação como vocalista do Souxsie aconteceu durante duas noites do mês de setembro de 1976 no Punk Rock Festival, no 100 Club's, com produção da Malcom Mc Laren.
Como todos sabem, ela namorou Sid Vicious quando ele fez parte do Siuuxsie & The Bashees. Mas foi um caso tão rápido quem nem deixou marcas, e Vicious continuou virgem, perdendo-a para Nancy Spungen. O Primeiro disco da banda foi gravado em 1978, o álbum The Scream (a banda terminaria em 1996, e ela adotaria desde o início o nome artístico Siouxsie Sioux), que gradou ao público e aos críticos. Com isso, a moça ganhou um Grammy de Artista Revelação. Nada mal para aquela moça que antes chamava a atenção de todos pelo jeito chocante de se vestir. ainda em 1981, ela e o baterista e percussionista Peter Edward Clarke, o Budgie, formaram a banda paralela The Creature. A convivência em palco e nos hotéis foi tão bom que os dois terminaram se casando em 1991. Enquanto não chegam novas notícias (dizem que os dois se separaram), o casal, que tem a mesma idade, mora numa fazenda num vilarejo do sudoeste francês, e lá construíram um estúdio e criaram o selo fonográfico Sioux Records. A sua música Hong Kong Garden fez parte da trilha sonora do filme Marie Antoinette, de 2006. Em setembro do ano seguinte a cantora lançou o álbum Montaray, e para não passar em branco, em 2005 ganhou o prêmio Icon Award. Uma prova que não precisa escancarar para se ter uma carreira digna e de sucesso, sem precisar apelar para os escândalos e envolvimento com as drogas.
PENSAMENTO
"Tenho incríveis perdas de memória sobre os anos 70. Por exemplo: não consigo lembrar nada, nada, do que aconteceu em 75 (1975)". ( David Bowie)
7/07/2008
Sid & Nancy: um amor bandido
Sid Vicious aplicando na veia, e abaixo com seu grande amor Nancy Spungen
Todos aguardavam o ex-baixista da banda inglesa punk Sex Pistols no apartamento da mãe dele, Anne Randall Ritchie, em Nova Iorque. Depois de ter saído da prisão mais uma vez, após ter quebrado uma uma garrafa no rosto de Todd Smith, irmão de Patti Smith, devido a brigas por ter se envolvido com a namorada do rapaz, Sid Vicious havia sido preso e naquele momento estava em liberdade. Sua mãe resolveu dar uma festa em sua homenagem e alguns amigos estavam presentes. Sid chegou com a namorada Michelle Robson, bebeu, brincou e foi se drogar no banheiro. Dizem que, quem forneceu a droga foi a sua própria mãe. Ele desmaiou. Quando voltou a si foi levado para o apartamento onde morava com Michelle. No dia seguinte foi encontrado morto, de bruços, na cama do casal, vítima de uma overdose. Ele próprio já havia prenunciado aquele tipo de morte.
O tempo é como um arquivo que guarda as lembranças boas e ruins, e a vida de John Simon Ritchie-Beverly, nascido em 10 de maio de 1957, em Londres, não tinha sido um mar de rosas. Conhecido como Sid Vicious, o baixista da banda punk Sex Pistols, ele se tornou um ícone da cultura punk, tendo inclusive participado da banda Siouxsie & The Banshees, e vocalista do obscuro conjunto Flowers of Romance. Seu pai, John Ritchie deixou sua mãe logo após o nascimento de Vicious. Foi então que Anne Randall resolveu ir embora para Ibiza, uma ilha espanhola, contando ainda com uma pequena ajuda financeira de John Simon, e para sobreviver passou a vender drogas. Mas, logo retornou para a Inglaterra, onde casou com Chirstopher Beverly, que morreu seis meses depois.
O tempo passou com muita dificuldade para mãe e filho. Em 1974 ele tentou estudar fotografia e também passou a vender drogas, incluindo LSD, em concertos de rock, para ajudar a mãe desempregada. Nessa sua vida de rua ele conheceu John Joseph Lyndon, que ficaria famoso com o nome artístico de Johnny Rotten, que chamava John Simon (Sid Vicious) de Sly. Fã de David Bowie, Sid se inspirava nele na maneira de se vestir e no corte de cabelo. E, entre frequentar a escola e levar uma vida de vagabundagem, Vicious preferiu seguir o amigo Lyndon, passando a morar em diversos squats (prédios abandonados), e acabaram por morar no apartamento de Linda Ashby, uma prostituta lésbica.
A vida estava difícil para Vicious quando ele encontrou o esperto Malcom Mc Laren que, para divulgar sua loja de roupas, estava criando a banda Sex Pistols. Óbvio que o garoto meio tímido e viciado em drogas foi convidado para ser um dos músicos, ocupando o lugar de baixista. Sem emprego e já com uma certa experiência, John Simon foi "batizado" de Sid Vicious e passou a fazer parte da banda mais importante do movimento punk. Sucesso rápido o conjunto fez, e mudou a história do rock, influenciando a criação de dezenas de outros grupos e da cena punk inglesa.
O pior para Sid Vicious (ele achava que tinha encontrado seu grande amor) foi conhecer a prostituta americana Nancy Spungen, uma drogada que colou nos músicos do Sex Pistols. Ele a conheceu no apartamento da amiga Linda, e nunca mais se largaram. Foi Nancy quem tirou a virgindade de Vicious e o levou para o mundo da heroína. Seus amigos de banda lhe diziam que ela era "uma drogada, vadia e interesseira", mas nada disso adiantou. A partir de então Sid & Nancy passaram a viver coladinhos, e juntos se afundaram nas drogas.
Quando a banda fez a turnê americana e se esfacelou, Sid e Nancy foram morar no hotel Shelsea, e em 1978 ela se tornou sua manager, e ele pensou que era a alma da banda. A conselho de sua namorada e empresária, resolveu fazer carreira solo, começando por fazer uma paródia da música My Way (de Paul Anka, sucesso na voz de Frank Sinatra), que se transformou num fracasso total. Além disso, todo o dinheiro que ganhava era gasto em drogas.
Finalmente o dia da tragédia chegou sem dar avisos e Nancy Spungen foi assassinada com uma faca no abdômen no banheiro do hotel, em 12 de outubro. Uns dizem que foi Sid Vicious que, drogado e com crise de ciúmes, acabou por matar o grande amor de sua vida (antes eles haviam feito um pacto de suicídio). Uma outra versão é de que foi um traficante que matou a moça. A verdade é que Vicious foi preso, tentou o suicídio várias vezes, mas foi solto graças a fiança de 30 mil dólares que a gravadora pagou. Ao se ver em liberdade, ele ainda tentou levar a vida namorando com Michelle Robson, mas tudo foi em vão. Seu fim estava próximo, e ele tinha apenas 21 anos de idade, ainda um garoto, quando deu adeus à vida.
PENSAMENTO
"Eu adoraria amar. Mas acho que perdi a capacidade de me apaixonar e esqueci o desejo. Sou muito concentrado em mim mesmo. Minha própria personalidade se tornou um fardo para mim". (Oscar Wilde)
7/03/2008
Amy Jade Winehouse: uma kamikaze
E pitando o crack
Ela tem tudo o que um simples mortal pode desejar. Tem fama, sucesso pela vendagem de mais de nove milhões de discos, e 24 anos de idade. Seu nome se tornou conhecido rapidamente, afinal começou a carreira aos dez anos, quando fundou a banda de rap Sweet'n'sour, de curto período de existência. Mas, aos 13 anos ganhou sua primeira guitarra e com 16 já cantava profissionalmente ao lado do futuro namorado, o cantor de soul Tyler James.
Nascida em Londres, no dia 14 de setembro de 1983, filha do motorista de taxi Mitchell Winehouse e da farmacêutica Amy Winehouse, batizada com o nome Amy Jade winehouse, tem tudo para dar certo e continuar trilhando sua carreira de sucesso. Porém, graças ao seu histórico de drogas de fazer inveja a Keith Richards, consome heroína, cocaína e crack. Ela foi criada ao lado do irmão mais velho Alex winehouse, e ainda muito jovem, já tem história como cantora, compositora de soul, jazz e R&B, tendo ganho cincoGrammy Awards.
Em janeiro deste ano ela foi internada e vigiada 24 horas por dia, pois todos temiam que Amy fugisse mais uma vez para buscar drogas nas ruas. Em fevereiro o Governo dos Estados Unidos lhe negou um visto para se apresentar na festa dos 50 anos do Grammy. O público presente à festa teve que se conformar com uma apresentação fez da Inglaterra para ser exibido num telão.
No dia 30 de maio Amy Winehouse fez um show desastroso no Rock In Rio In Lisboa, subindo ao palco bêbada, drogada, com hematomas no pescoço e com ligaduras na mão que a impossibilitava de pegar o microfone. Cem mil pessoas viram a cantora passar cinqüenta minutos para interpretar dez músicas dos seus dois álbuns.
Por essa e outras situações a moça já foi presa por diversas vezes, desmaiou na própria casa quando dava autógrafos para alguns fãs, foi interna num hospital e fugiu de novo para fazer uma grande farra de álcool e drogas. Todos chegaram a conclusão que, para Amy, o coquetel mortífero é uma maneira de vida ou um modo de viver. Os médicos já deram um aviso que, no próximo colapso Amy Winehouse chega ao fim da vida. E foram mais além: proibiram a artista de se apresentar ao vivo durante os próximos seis meses ou mais.
Pele sobre osso graças ao vício
PENSAMENTO
"Após um bom jantar, podemos perdoar todo mundo. Até mesmo os nossos parentes". (Oscar wilde)